sexta-feira, 15 de julho de 2011

Doença da faca, afinal o que é?

Boas a todos, doença de dificil tratamento. Tenho salvo algumas aves quando manifestam sintomas iniciais, mas se não formos a tempo, muito dificilmente a ave se salva. Tenho tido bons resultados com o zooserine da avizoon, mas por vezes este medicamento pode não ser suficiente. Como complemento, tentando de alguma forma prevenir dou sementes de fónio pelo menos 1 vez por semana.  Exitem no mercado outros bons medicamentos para tentar tratar esta doença, basta para isso fazer uma busca pela internet, o sulfaprime da zoopan é um deles.
Mas afinal o que é a doença da faca?

A doença da faca é uma denominação usada para descrever a perda de peso, geralmente devido a uma situação de doença. Esta situação ocorre quando as aves utilizam a proteina do músculo peitoral (o maior que possuem) para produzir energia. Ao consumirem o músculo este perde tamanho, tornando o osso do peito (quilha) mais saliente o que se nota facilmente.
A maioria das aves doentes perde peso simplesmente porque têm que consumir tecido muscular para produzir a energia necessária para se manterem vivas. Por isso, a doença da faca é realmente um sintoma - não uma doença.
Embora possa ter várias origens, normalmente está associado a doenças crónicas ou sub-clinicas que podem afectar a ave durante longos periodos sem que esta manifeste sintomas particularmente visiveis. Em canários e exóticos a causa mais comum é um parasita protozoário – coccidiose. Em psitacídeos pode ainda ser causada por alguns protozoários (Tricomonas) ou Megabacteria.

Sendo a causa mais comum a coccidiose, esta é o assunto deste artigo.

Causas

Os coccídeos são um parasita muito comum no sistema digestivo das aves. Ocorrem em diversas espécies incluindo galináceos e columbídeos. Não é tão comum na maioria das espécies de psitacídeos. As aves adultas toleram relativamente bem a presença de coccideos, criando um equlibrio com o sistema imunitário. As aves mais jovens estão, contudo, muito vulneráveis porque o seu sistema imunitário não consegue nesta fase criar uma resistência eficaz a estes parasitas.
Nas crias, é frequente encontrar infecções mais generalizadas, observando-se que o parasita parece conseguir sair do intestino e atingir a corrente sanguinea com alguma facilidade. Os orgãos mais afectados nestas situação são o figado e o baço (que se apresentam visivelmente dilatados na necrópsia). Enquanto ainda existir figado saudável, uma vez adquirida maior resistência imunitária as aves continuam a crescer e desenvolver-se normalmente. Mas se as lesões são demasiado extensas (normalmente acontece entre as 6-8 semanas) a ave começa a manifestar diversos problemas e acaba quase sempre por morrer. Nestes casos, o comportamento tipico é uma ave embolada, que se desloca quase sempre no chão e come muito mais que o normal, passando grande parte do dia nos comedouros. Mesmo assim acaba por perder peso e morrer.
Um dos grandes problemas desta doença é precisamente o efeito tardio, já que aquilo que parece uma postura normal pode tornar-se num desastre e ser de repente arruinada após a separação das crias, sem que seja possível recuperar a maioria das aves.
Existem duas formas de combater esta doença. Tratar as aves adultas com medicação apropriada antes das crias nascerem, reduz o nivel de infecção das crias e é uma forma bastante eficaz de prevenir e controlar a doença. Para este efeito podem ser usados diversos medicamentos especificos. No caso de serem administrados medicamentos baseados em sulfas, deve ser dada especial atenção a problemas de infertilidade.

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