terça-feira, 26 de novembro de 2013

Internacional Avixira 2013.

Realizou-se nos passados dias 22, 23 e 24 de Novembro, mais um Internacional Avixira.
Este que foi a terceira exposição internacional de ornitologia, realizado em conjunto, pelo Clube Ornitológico de Vialonga e o Clube Ornitológico de Peniche.
Num pavilhão, excelente, para a exposições deste género, onde já o ano passado foi realizado o Campeonato Nacional de Ornitologia, estiveram em exposição uma enorme quantidade de raças de aves a concurso. Este que é um dos concursos de maior dimensão no Sul do País, e onde todos os criadores expõem o melhor de um ano de trabalho em prole da ornitologia.
Nesta exposição, participei com os meus canários Arlequim Português, levei 12 aves a concurso, constituindo 3 equipas, obtendo os seguintes resultados:

 - 1º lugar machos par STAM.
 - 1º lugar machos poupa STAM.
 - 2º lugar fémeas par STAM.

O meu obrigado a toda a organização do evento, pela magnifica exposição proporcionada.

Deixo algumas fotos:

 






 



 



 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Expo Ave 2013.

     Realizou-se nos dias 15, 16 e 17 de Novembro, mais uma Expo Aves 2013.
Este  ano e devido á proximidade entre exposições, foi muito difícil a minha participação nesta expo, pelo que agradeço ao amigo José João, a disponibilidade, para que fosse possível a minha presença na mesma. Relativamente á exposição, participei este ano somente com 2 aves Arlequim Português a concurso, tendo classificado com as duas aves, recebendo os seguintes prémios.

2º lugar macho poupa individual.
3º lugar fémea poupa individual.

 
 
 

domingo, 10 de novembro de 2013

III Concurso Ornitológico da Costa Azul- Clube Ornitológico de Setúbal.

     Realizou-se nos passados dias 1, 2 e 3 de novembro de 2013, mais um concurso ornitológico na bonita localidade de Moita, organizado pelo Clube Ornitológico de Setúbal.
     Esta é uma das exposições mais representativas e com maior qualidade em termos de aves, ou não fosse o Clube ornitológico um dos clubes com mais sócios premiados no último campeonato nacional.
Como começa a ser natural em todas as exposições de norte a sul do país, o nosso Canário Arlequim Português, é sempre das raças mais representadas nas exposições. Desta vez em Setúbal, foram cerca de 90 canários arlequim a concurso o que mostra evidentemente que a raça cada vez conta com mais e mais criadores interessados em a desenvolver e cada vez com mais qualidade.
     Participei nesta exposição com 13 aves, sendo que 12 foram premiadas.

     - 1º lugar Arlequim Português Macho Par- STAM - 365 pts
     - 1º lugar Arlequim Português Macho Poupa- STAM - 368 pts.
     - 1º Lugar Arlequim Português Fémea Par- STAM - 362 pts.

Deixo algumas fotos.


 
 
Os BEST.

 
Vista geral da exposição.
 
 
Os prémios.
 
 
O prémio de mérito, que foi atribuído aos criadores que marcaram com as suas aves, no Campeonato Nacional 2012 e Campeonato Mundial 2013.
 
 
O meu prémio relativo á classificação geral da expo.
 
 
As minhas aves premiadas.
 
 
Com o presidente do COS e amigo Mário Teixeira.
 
 
 
 
 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

IV Expo Ave da Associação Ornitológica de Elvas 2013.

Realizou-se nos dia 1,2 e 3 de Novembro, mais uma Expo Ave, na bonita Cidade de Elvas, organizada pela Associação Ornitológica de Elvas, depois de um ano de interregno.
Esta exposição, realizada no Pavilhão Transfronteiriço de Elvas, deixou-me deveras surpreendido, pois este é um pavilhão, com excelentes condições, para eventos deste género, tendo inclusive na nave onde decorria a exposição, um local de restauração, de onde se podiam admirar as aves. para além disso, dispõe de estacionamento próprio e com capacidade para centenas de viaturas. Bem, resumindo, estamos a falar de um associação, que tem tudo para evoluir e crescer nos próximos anos, já que abre as suas portas a não sócios e está bem perto da fronteira com Espanha, facto que também começa a cativar nuestros hermanos a participarem na dita Expo Ave.
Quanto á organização do evento, cedo me apercebi da simpatia e disponibilidade demostrada pelos mesmos, mas quando os conheci pessoalmente, vi que todos estão a percorrer o mesmo caminho, dividindo os louros e as dificuldades e a pensar em evoluir em termos de Expo nos próximos anos. A nós criadores, cabe-nos também ajudar estas pessoas simpáticas e sinceras a dar também o próximo passo, uma vez que nos recebem de braços abertos, sempre com um sorriso nos lábios e prontas a ajudar ou explicar uma ou outra situação se assim for necessários.
Deixo desde já o meu muito obrigado a todos por me terem recebido de uma forma tão cordial.
Bem, passando um pouco á frente, por muita pena nossa, eu e mais alguns criadores amigos, não pudemos nesta expo, exibir algumas das nossas melhores aves, visto haver uma expo marcada para o mesmo Fim de semana e há qual damos prioridade, como é obvio, por ser a expo realizada pelo clube ao qual estamos filiados. Ainda assim, tentamos expor os melhores exemplares possíveis, de modo a mostrar a evolução da raça Arlequim português no panorama nacional. No meu caso, fiquei bastante satisfeito com a prestação das minhas aves, uma vez que consegui ainda assim trazer para casa o troféu mais desejado. Em Fêmeas Arlequim Português Poupa, consegui 1º e 2º lugar, com 91 e 90 pontos respetivamente, o que me deixou muito satisfeito. para além disso a fémea que ganhou a classe, com 91 pontos, acabou também por ser eleita a melhor ave de porte da exposição, que contou, de facto impressionante o nosso Arlequim com 74 aves a concurso, de cerca de 8 ou 9 criadores se não estou em erro.
Deixo algumas fotos da expo.








 
 
 
Resta-me agradecer a todos os elementos da organização, pelo fantástico final de semana proporcionado e pela magnifica exposição organizada.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

ONE DAY SHOW ARLEQUIM PORTUGUÊS- TERRAS DO SADO 2013.

Realizou-se no passado dia 13 de outubro de 2013, mais uma monográfica do canário Arlequim Português. Esta que começa a ser uma exposição cada vez mais importante no panorama nacional, teve novamente muita aderência por parte dos criadores desta raça e muitos visitantes. Com cerca de 350 aves a concurso, nas mais diversas classes, quem saiu vencedor de novo, foi o CANÁRIO ARLEQUIM PORTUGUÊS, uma raça que conta cada vez com mais amantes e seguidores.
De parabéns, estão todos os concorrentes, não só os premiados, mas também todos os que concorreram pela primeira vez, mas que não tiveram ainda, e digo ainda, a sorte de marcar, porque pela qualidade demonstrada, mais dia menos dia, irão também escrever o seu  nome nos premiados do One Day Show.
Tive a felicidade de estar alguns minutos á conversa com criadores que concorreram pela primeira vez e levaram um merecido prémio. De facto, é incrível a forma como expandiam a sua alegria pelo prémio conquistado, e isto vai fazer com que se motivem ainda mais e que continuem a criar aves de qualidade. Para eles um grande abraço e muitos parabéns.
Embora faça parte da organização, não quero deixar de enaltecer o trabalho feito por todos, para que fosse possível mais um One Day Show, um local de encontro de criadores, amantes da raça e grandes amigos, onde as picardias em torno do Arlequim, surgem naturalmente.
Um grande abraço.



As minhas aves premiadas.

 
 
Membros da organização acompanhados pelos 2 Sr. Juízes.
 

 
Troca de impressões, entre 2 velhos conhecidos.
( Paulo Courelas e Armindo Tavares)

 
Á conversa com o amigo Emídio. Grande seguidor do Arlequim.

 
Com o amigo João, um criador que participou pela primeira vez, também ele ganhou um prémio merecido.

 
O amigo José João, mais um alentejano no Arlequim, que também levou um prémio com o eu macho par.
 
 
Foto de grupo.
 
 
 
 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Interessante, muito interessante.

CANARIO HALF-SIDERS




Curiosidade de criação, os half-siders são as aves cuja plumagem reúne num mesmo indivíduo fenótipos pertencentes a variedades ou Sexos diferentes. Seu estudo tem interesse genético e biológico.
Observações
As aves half-siders se caracterizam por uma plumagem que reúne, num mesmo indivíduo, caracteres pertencentes a duas variedades diferentes.
Aparecidas em criações, mas também na natureza, estas aves são chamadas half-siders pelos ânglo-saxões, que se poderia traduzir por "duas metades, lado a lado". As obras científicas citam aves apresentando uma plumagem de macho num lado do corpo e de fêmea no outro; este é o caso de um dom-fafe Pyrrhula pyrrhula que surgiu na Bélgica, onde o peito e o ventre eram vermelhos somente de um lado.
Criou-se para essas aves o termo de ginandromorfismo (aspecto metade masculina, metade feminina). Na França, a atenção sobre os half-siders começou em 1980 onde, no Campeonato Mundial de Nice, pôde-se ver um canário vermelho de um lado do corpo e prateado do outro. Este pássaro apareceu no criadouro de J.C. Boujel, de Courfaivre (Suíça), sendo assinalado por Michael Veya; era do tipo ágata sobre todo o corpo (bico e supercílios claros, curtas marcas negras sobre o dorso etc.), porém colorido em vermelho somente de um lado. A partir desta data, comecei o estudo destas aves que chamei de bicolores simétricas. E desde então numerosos casos me foram revelados.
As aves half-siders parecem ser bem raras na natureza bem como também o é em criação. Mais uma ave é freqüente e mais o fenômeno é observado; é provável que a consangüinidade seja mais ou menos importante, pois é devido a isso que muitas aves tendo uma mesma origem favorece o aparecimento dos half-siders. Mas a consangüinidade não é a causa. No canário se observou muitas vezes pássaros brancos de um lado do corpo e amarelo do outro. O canário metade vermelha, metade prateada não é um caso particular, mas geral; nele o vermelho substitui o amarelo depois de uma alimentação rica em carotenóides de síntese. A oposição de cores é máxima nos casos de canários lipocrômicos (sem melaninas), mas ela é bem aparente nos canários melânicos que se colore de vermelho: somente uma metade do corpo fixa o corante. Um outro caso se refere aos canários de topete de um só lado da cabeça, que mostra que o fenômeno não atinge somente à cor da plumagem.
No periquito ondulado foram registradas várias aves metade verde, metade azul. O caso mais recente ocorreu na Bélgica. Mas já apareceram também periquitos ondulados metade cinza, metade azul, ou então metade verde, metade cinza-verde. Half-siders ocorreram também em calopsita (metade branca, metade cinza), em agapornis de cabeça vermelha ou roseicollis (metade malva, metade azul) etc. Nos pequenos exóticos foram assinalados em diamantes mandarins e nos diamantes de gould com metade masculina, metade feminina, goulds com máscara metade vermelha, metade alaranjada. Em certos casos pode-se ter quatro caracteres diferentes reunidos numa mesma ave. Este é o caso que recentemente ocorreu na Espanha, um gould com metade masculina, metade feminina, mas igualmente com máscara metade vermelha, metade negra.
Pode-se observar então uma grande diversidade de half-siders. Mas os cruzamentos entre diferentes variedades de uma mesma espécie mostram que todas estas aves reúnem caracteres relevantes de genes alelos e que eles se comportam como heterozigotos em um cruzamento; o periquito metade azul, metade verde se comporta como um periquito verde portador de azul. O canário metade branca, metade amarela se comporta como um canário branco dominante (este tem somente um fator branco dominante) etc. Até agora, entretanto, as aves com metade masculina, metade feminina não parecem ter dado descendentes, limitando-se o estudo ao seu comportamento.
Levando-se em conta as observações realizadas, a probabilidade do aparecimento de um half-sider num criadouro é bem maior em espécie originada de mutações de plumagem e, a seguir, de indivíduos heterozigotos. Ela poderia ser por volta de 1/1000. Na natureza a ausência de linhagens mutantes limita o fenômeno half-sider aos casos de ginandromorfismo.
 
Interpretação
Os half-siders são o resultado de uma anomalia no curso do desenvolvimento embrionário, anomalia que tem por efeito revelar um caractere normalmente escondido.
A genética nos ensina que cada um dos nossos caracteres depende de um par de genes, vindo de um pai, o outro da mãe do indivíduo. Um deles pode ser dominante e impõe o caractere correspondente; o outro gene (dito recessivo) passa então desapercebido. Tomemos o caso dos periquitos ondulados azuis; neles um gene B dando uma plumagem verde, sendo mutado em um gene b dando uma plumagem azul, e isso a seguir da ausência do carotenóide que dá a origem do componente amarelo do verde da plumagem. Um periquito verde nascido de periquitos verdes de dois fatores B e um periquito azul filho de periquitos azuis de dois fatores b. Seus cruzamentos dariam um periquito sendo Bb; ele seria verde, mas portador de azul. Realmente constata-se isso cruzando-se entre eles seus descendentes; alguns periquitos azuis podem aparecer no meio dos verdes.
Mas se este periquito for Bb poderá dar um half-sider! Normalmente todas as células que nascem de ovo inicial são Bb, pois os cromossomos portando os genes desdobram-se antes de serem repartidos entre duas células filhas. Assim Bb dá BB bb, depois Bb e Bb. Imaginemos que a seguir de um acidente esta repartição seja perturbada e que se tenha BB bb depois BB e bb e que o acidente sendo bem precoce, uma metade do corpo receba BB e a outra bb; isso resultará num periquito tendo um lado verde (com BB) e que o outro será azul (bb). Esta explicação vale também para o ginandromorfismo pois uma ave masculina tem dois cromossomos sexuais X enquanto a fêmea apenas só tem um.
 
Suponhamos um ovo masculino, então sendo XX, tendo uma anomalia no desenvolvimento embrionário faz desaparecer um dos X na metade do corpo.
Então se terá um indivíduo que será macho de um lado tendo recebido dois X e fêmea de outro tendo recebido um só. Esta explicação foi dada pelo geneticista T.H. Morgan, especialista das drosófilas, entretanto com uma diferença: fora as aves, os machos (o homem) têm um só X e as fêmeas (a mulher) 2. Isso permite explicar os dom-fafes, os mandarins ou os goulds tendo uma metade do corpo macho e outra fêmea. Quando 4 caracteres se acham anormalmente reunidos num mesmo indivíduo dois casos são possíveis. Ou se está na presença de caracteres relevantes do mesmo par de cromossomos, anormalmente divididos, ou então na presença de genes ligados, onde dois pares de cromossomos foram anormalmente divididos. Esta segunda hipótese é somente possível quando certos caracteres estão ligados ao sexo e os outros não; este é o caso do gould ginandromorfo de peito metade branco. É evidente que um acidente genético, limitado a um par de cromossomos é muito mais freqüente que um acidente concernente a muitos pares, e para depois os half-siders reunirem Quatro caracteres diferentes seria bem mais raro.
 
Interesse genético dos half-siders
Cada vez que se está na presença de uma ave half-sider pode-se deduzir que os dois caracteres que coexistem anormalmente são devidos a genes alelos. Isto permite se verificar certas conclusões provindas do estudo dos cruzamentos e dos seus resultados, como também os complementar.
 
No periquito ondulado
Assim, no periquito ondulado, os cruzamentos mostram que verde domina azul e o periquito metade verde, metade azul leva à confirmação.
Está-se na presença de alelos. Mas no caso do periquito metade cinza, metade azul, concluir-se que cinza e azul são devidos a dois alelos seria um erro. Os cruzamentos mostram que a cor cinza da plumagem é devida a uma mutação dominante, mas a observação em microscopia eletrônica mostra que esta mutação concerne à estrutura da pena, enquanto que a mutação azul concerne ao carotenóide. Está-se na presença de ações bem diferentes. De fato, o fator cinza é o alelo de um gene presente no periquito silvestre e se ele é dominante é porque os estragos concernentes a estrutura não podem ser compensados. Ele não é um alelo do fator azul, mas a cor cinza aparece porque o periquito é do tipo azul e se ele fosse do tipo verde, sua cor seria cinza-verde. A existência de periquitos metade azul, metade cinza e metade verde, metade cinza verde confirma a ligação dos fatores azul e cinza. Os psitacídeos apresentam grandes analogias de cores, que aqui correspondem a uma mesma estrutura das penas (camada estrutural parecida) e implica em mutações comparáveis. Daí o interesse dos agapornis metade malva, metade azul. Poderia se pensar que esta ave mostra que as cores azul e malva são devidas a alelos, mas a realidade é mais complexa. O estudo microscópico mostra que o azul é produzido pelas barbas das penas que são células gigantes ricas em microgrânulos (camada estrutural) e que a passagem do azul claro a azul escuro (cobalto) é devido ao aparecimento de melanina negra nas bárbulas, inicialmente incolores. Este aparecimento é atribuído a um fator escuro.
Curiosamente contata-se que a presença de dois fatores escuros implica em uma cor malva. A seguir, o agapornis metade malva, metade azul é um periquito que, inicialmente azul com 1 fator escuro, dá uma metade com 2 fatores escuros (cor malva) e a outra sem fator escuro (lado azul). Os cruzamentos mostram que os fatores azul e escuro estão ligados entre si. O mesmo cromossomo pode então portar os fatores azul, cinza e escuro. Ele pode igualmente portar um 4° fator, o fator violeta.
Constata-se que num periquito violeta uma só diferença aparece com uma pena azul: a medula das barbas é marrom e não negra, o que corresponde à substituição da eumelanina pela feomelanina, dando uma mistura de azul e marrom levando ao violeta. Pode-se atribuir isto a um fator violeta tendo um papel inibidor na síntese da eumelanina. Este fator é dominante e ele está ligado ao fator azul.
Assim a cor verde do periquito ondulado é bem provavelmente aquela dos psitacídeos, faz intervir um conjunto de genes onde 4 pelo menos estão sobre um mesmo cromossomo. Eles são:

- o gene que permite o depósito do carotenóide amarelo, ele foi mutado em fator azul (ausência do depósito)
- o gene que controla a formação das células estruturais, fonte do azul. Sua mutação dá o fator cinza.
- o gene que estimula a síntese da eumelanina nas barbas. Sua mutação dá o fator violeta.
- o gene que age sobre a densidade do azul, graças a um depósito de melanina nas bárbulas.
Este é o fator escuro.
Estes quatro genes não mutados e provavelmente vizinhos, formam o fator verde. Eles podem ser separados por crossing-over.
Pode-se achar bizarro que um periquito azul com dois fatores escuros seja malva (= violeta diluído) e não azul bem escuro. Isto poderia resultar da incapacidade do alelo não mutado do fator violeta de transformar completamente em eumelanina, um excedente de feomelanina devido ao desdobramento do fator escuro.
Outros genes intervêm na cor verde, mas eles estão sobre outros cromossomos. Assim o fator amarelo concerne a presença das macromoléculas de eumelanina. Situadas sobre a camada estrutura eles permitem o aparecimento do azul. Na sua ausência, o periquito verde torna-se amarelo.
 
No canário
O aparecimento de um topete é devido a uma mutação; seu aspecto é variável mas sua existência depende de um fator topete que é dominante e letal em duplo exemplar (cruzando-se topetes entre si se obtém topetes e não topetes). A seguir, uma ave topete de um só fator topete e seu genótipo é Hh+. A separação em H e h+ explica os canários tendo a metade-topete. Nos casos de half-siders metade amarelos, metade brancos, o fator que intervém é o fator branco dominante. Ele inibe o depósito do carotenóide nas penas e, na ausência de melaninas (canários lipocrômicos), eles tornam-se brancos. Este fator é dominante e letal no estado homozigoto. Por conseguinte um canário branco dominante tem somente um fator branco dominante onde a possibilidade de half-siders tendo o carotenóide de um só lado do corpo, aquele que não recebe o fator branco dominante.
Pode-se observar que o acaso intervém pois o lado amarelo pode bem ser o lado direito como o lado esquerdo da ave. O fator branco dominante não exerce uma inibição total, já que um pouco de carotenóide se deposita nas bordas das asas. Esta inibição não concerne a natureza do carotenóide já que o amarelo pode ser substituído por um carotenóide vermelho, visível nas margens das asas (ver fotos).
No canário mosaico o carotenóide está localizado em locais precisos (cabeça, ombros, rabadilha, peito) e esta particularidade está mais destacada no macho que na fêmea. Nesta existe menos carotenóide: na cabeça aparece apenas um simples traço no nível dos olhos. Diz-se que o caracter mosaico está influenciado pelo sexo. O carotenóide, normalmente amarelo, torna-se vermelho quando se dá um corante.
O aparecimento de um half-sider vermelho mosaico mostra que o caracter mosaico é devido a um fator recessivo e livre. Em efeito, este pássaro tem fenótipo de um mosaico macho de um lado do corpo e de um mosaico fêmea de outra é o gineandromorfo. Cada uma das metades do corpo possui um fator mosaico e ela mostra que o ovo que deu o canário recebeu dois fatores mosaicos. Pode-se dizer que, normalmente, para se exprimir, o fator mosaico deve estar em duplo exemplar.
O caracter mosaico existe em diversas aves indígenas (Verdilhão Carduelis chloris, Serino Serinus serinus, Pintarrôxo-de-queixo-preto Carduelis flammea, Pintarrôxo-comum Carduelis cannabina etc.) e é possível que uma hibridação seja a origem do seu aparecimento no canário. A necessidade de híbridos férteis limita esta origem a um pequeno número de pássaros: pintassilgo-comum Carduelis carduelis, serino, verdilhão, pintassilgo-da-Venezuela. A hipótese de uma antiga hibridação entre pintasilgo-comum e canário branco dominante é a mais provável.
No diamante de Gould
 
O aparecimento de half-siders com máscara metade vermelha, metade alaranjada leva a se pensar que as cores vermelha e alaranjada são devidas a dois alelos. Como se pode ter também uma máscara metade vermelha, metade negra, poder-se-ia levar a pensar que os fatores negro, vermelho e alaranjado da máscara são o mesmo tanto de alelos. Isto não é exato. Os cruzamentos efetuados em diversas observações mostram que dois genes intervêm, um para inibir um depósito de melanina negra, o outro para colocar no local um carotenóide.
Se não existe a inibição, a máscara fica negra; se ela existe, a máscara pode ser vermelha, alaranjada ou amarela. O fator inibidor é designado por R pois permite o depósito de um carotenóide vermelho, seu alelo inativo sendo n (a máscara é então negra). O fator concernente a escolha do carotenóide é a mesma dos alelos que há de carotenóides possíveis; eles são designados por Cr, Co, Cj. Estes alelos são fatores livres enquanto que o fator R está ligado ao sexo.
O gould de máscara metade vermelha, metade alaranjada, de uma divisão anormal do casal Cr Co.
Neste último caso, o bico apresenta uma mancha vermelha de um lado e alaranjada do outro, o que mostra que a cor do carotenóide concerne também tanto ao bico como a máscara do gould. O gould com a metade direita fêmea e a metade esquerda macho com máscara metade vermelha, metade negra e peito metade branco, metade malva apareceu na Espanha e nasceu de um ovo tendo o genótipo de um macho cabeça vermelha portador de cabeça negra e de peito branco, então sendo XR Xn p+ p; p designando o fator peito branco e p+ seu alelo não mutado. A repartição dos cromossomos deu XR p+ p+ à direita e Xn Xn p p à esquerda. Ter-se-ia pois, em princípio, Xn pp e XR XR p+ p+ que daria uma máscara negra, um aspecto masculino à esquerda. Nos dois casos há a perda de um cromossomo e se esta perda não está ligada, as duas metades do corpo seriam masculinas. Outras combinações são igualmente possíveis mas não é certo que sejam viáveis.
O gould de cabeça metade-vermelha metade alaranjada, macho à esquerda e fêmea à direita aparecido na França e nascido de um ovo de genótipo XR XR CoCr (macho cabeça vermelha portador de cabeça alaranjada), repartido em XR XR Co Co e XR CrCr. Como nos casos precedentes, dois pares de cromossomos são concernentes.
Outras particularidades podem ainda serem observadas. Assim no caso do gould de máscara metade vermelha, metade negra da foto, constata-se o desaparecimento do colar verde-turquesa. Lado vermelho tem colar branco e lado negro, seu lugar é ocupado pelo negro. Isto mostra que a anomalia genética não se limita a uma repartição diferente do cromossomo, mas que genes podem ser perdidos. Este é o caso dos que determinam a presença do colar turquesa. Estes genes seriam igualmente inibidores do depósito de melanina, além do mais eles agiriam sobre sua repartição de maneira a produzir um azul estrutural.
 
Interesse biológico dos Half-siders
Os half-siders conduzem a interessantes observações referentes ao desenvolvimento embrionário das aves e sua sexualidade.
Embiogênese
Nos vertebrados, somente as aves podem ser half-siders. Não se conhece nenhum leão tendo só metade da juba e, ainda com mais razão, uma fêmea tendo os caracteres de macho de um lado do corpo. Se bem que alguns animais domésticos podem ter topetes de cores diversas, mas em nenhum caso eles têm lados do corpo destacando variedades diferentes. Fora os vertebrados, o ginandromorfismo muito pouco foi observado em algumas borboletas.
Pode-se dizer que nas aves as anomalias genéticas podem se produzir bem cedo. Elas poderão ter sua origem nas alterações dos genes reguladores do desenvolvimento embrionário. Um defeito do controle permitiria a obtenção dos half-siders. No caso do homem, pode-se atribuir a um tal defeito o aparecimento de indivíduos com órgãos inversos (coração à direita, fígado à esquerda etc.). Falha de um controle, aquele que deve ser à esquerda passando a ser à direita, a escolha sendo deixada ao acaso.
Esta anomalia, dita situs-inversus é rara; os indivíduos obtidos são perfeitamente normais.
É possível que o aparecimento de half-siders nas aves esteja em relação com a importância capital da plumagem. Um controle interveria bem cedo, podendo se desregular.
Pode-se então observar que o limite entre as duas metades diferentes da plumagem jamais é perfeito.
Ela é mais ou menos sinuosa e, por exemplo, ilhotas de azul podem ser observadas no verde de um periquito half-sider. Pode-se atribuir isto a migrações de células no curso do desenvolvimento do embrião e a um controle imperfeito destas migrações. As migrações de células são, de fato, um fenômeno freqüente que concerne principalmente as celulas que darão origem a melanina.
 
Sexualidade
Pode-se afirmar, ao contrário do se crê, depois de experiências de castrações, que a plumagem das aves não depende somente dos hormônios sexuais. De fato, estes são transportados pelo sangue e atingem todo o organismo. Numa ave ginandromorfa, a metade macho e a metade fêmea recebem portanto os mesmos hormônios. Assim admite-se que estas duas metades têm uma sensibilidade diferente e ela segue seu genótipo, macho ou fêmea.
Pesquisas recentes têm revelado a existência de receptores celulares próprios de cada hormônio; na sua ausência um hormônio fica sem ação. Nas aves o hormônio feminino comanda o aspecto masculino ou feminino da plumagem. Se ele falta ou se ele não pode agir, a plumagem toma o aspecto masculino; senão ele toma o aspecto feminino. Por conseguinte a plumagem masculina e a plumagem feminina reunidas numa ave half-sider podem resultar da presença ou não de receptores relativos a hormônio feminino e não a cromossomos sexuais X. Se estes receptores faltam, o hormônio feminino não pode agir e a plumagem se desenvolve no sentido masculino, mesmo com um genótipo feminino. isto é o que os half-siders ginandromorfos permitem constatar.
Em 1986 um criador do sul da França, Alain Dubois obteve um gould half-sider; ele tinha na esquerda o fenótipo de um macho de máscara alaranjada e na direita o de uma fêmea de máscara vermelha. Este gould não se reproduziu e morreu no ano seguinte se mostrando como um macho. Tive a oportunidade de fazer a sua autópsia. Contrariamente a todas as expectativas, o pássaro tinha à esquerda (lado masculino) um testículo atrofiado, pequeno, mole, e à direita (lado feminino) um testículo normal, firme, ligeiramente róseo e funcional.
Isto não pode ser compreendido se não se lembrar que nas aves a fêmea tem apenas um só ovário, à esquerda e na direita tem um testículo embrionário que se pode tornar um testículo normal se o ovário cessa de funcionar. É o que se constata em uma fêmea velha ou doente. A origem da glândula genital (ou gônada) tem um esboço indiferenciado. Ela evolui no sentido fêmea se existem estrógenos (hormônios femininos) e no sentido macho se não existem. No gould estudado, os estrógenos são produzidos e transportados pelo sangue e percorrem os dois lados do corpo. Mas no lado macho, à esquerda, os receptores de estrógenos estão ausentes; a gônada não pode se tornar um ovário e fica atrofiada. O lado feminino deve ter um ovário normal. Se ele não se forma é que à direita o esboço é naturalmente insensível aos estrógenos. Aparece então um testículo normal.
Assim, contrariamente ao que se crê, se as aves têm somente um ovário não é porque não têm lugar para dois, mas porque, somente, o esboço situado à esquerda pode se tornar um ovário. Está-se na presença de um caracter inato, de origem provavelmente dos répteis, pois certos répteis têm apenas um ovário e as aves tiveram origem nos répteis. As observações feitas permitem pensar que uma ave ginandromorfa pode ter uma sexualidade masculina e ser fértil, mas isso não foi verificado. Curiosamente os ginandromorfos que estudei eram machos à esquerda e fêmeas à direita. O contrário não foi assinalado e pode-se achar que isto seja possível.
Conclusão

O estudo das aves half-siders é muito interessante. Ele permite se precisar a genética de diferentes espécies, tornadas freqüentes na criação. Ele confirma certas observações concernentes à biologia das aves. Mostrando que a presença de um só ovário nas fêmeas é um caracter inato, ele confirma que a evolução dos seres vivos pode ser preparada para a aquisição de caracteres que se revelarão úteis para continuação. Da mesma maneira, a passagem dos Vertebrados sobre a terra firme preparou o aparecimento de pulmões e de patas rudimentares em certos peixes.
Contrariamente ao que sempre foi admitido, é muito possível que o aparecimento das asas nos répteis corredores ou saltadores, ancestrais das aves, não seja uma conseqüência do seu comportamento, mas o resultado de uma pré-adaptação. Esboços de asas e penas puderam aparecer antes de traços de um vôo. Como se vê, o estudo dos half-siders reúne o grande problema da Evolução. Ele mostra que o estudo dos seres vivos forma um todo e que nada pode ser, à priori, negligenciado, nem mesmo os half-siders, uma curiosidade da criação de aves...
máscara (vermelha ou negra)
 
colar negro
colar turquesa
mancha (vermelha)
manto e dorso verdes
rabadilha (azul)
peito (Macho - violeta; fêmea malva)
ventre (amarelo)
cauda (negra)
Zona de carotenóide
produção do amarelo
Zona de microgrânulos
produção do azul
córtex
camada estrutural
Camada absorvente
(macromoléculas de eumelanina)
bárbula
medula
Corte de uma barba de periquito ondulado
Notas:
No diamante de Gould a máscara é negra ou vermelha; por mutação, ela pode se tornar alaranjada, amarela, creme, cinza ou branca. O peito é violeta no macho, malva na fêmea; por mutação ele pode ficar lilás, azul, rosa ou branco.
No periquito ondulado as barbas são verdes e sua medula é negra; as bárbulas são amarelas. No periquito azul as barbas são azuis e as bárbulas brancas. O fator escuro introduz a melanina nas bárbulas que tornam-se negras e nas barbas que ficam mais escuras. O fator violeta substitui a melanina negra pela melanina marrom; a medula e as bárbulas ficam marrons, as barbas tornam-se malvas.
 

 
 
 
  Fonte: .avedomestica.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Alguns acessórios para venda.

Tenho alguns acessórios para venda.
Aos interessados, podem contatar-me por mail.


- 1 viveiro galego de metro por 40 x 40, zincado, com 8 meses de uso.
- 4 tabuleiros medida 45 x 40 para gaiolas (orni ex), ou para quem goste e tenha gosto pela  
    bricolage, fazer as suas próprias gaiolas.
- 40 comedouros de encaixe da marca 2 GR.




sexta-feira, 12 de julho de 2013

Final das criações e a nova etapa que se segue.

Boa noite a todos os seguidores.
Com o final das criações, aproxima-se agora uma nova e importante etapa na vida das aves.
A muda a pena, é uma das mais importantes etapas da vida das aves. As novas aves, ainda se encontram em pleno desenvolvimento de crescimento e formação óssea e neste sentido a muda da pena, é algo que o criador não pode descurar. Avizinham-se tempos de grande esforço por parte das aves e neste sentido o criador deve por vezes dar um empurrãozinho, para que nada lhes falte.
Um ou outro suplemento alimentar, que na maioria das vezes são opção do criador, serão muito importantes nesta fase. Existem inúmeros e neste campo será sempre a decisão do criador a prevalecer. Poderia aqui deixar o nome de alguns bons produtos existentes no mercado, mas não o vou fazer publicamente, isto para não fazer publicidade gratuita e porque existe tanta e tanta informação online, que penso não ser de grande importância nomear tais produtos. Relembrar os criadores que trabalham com corantes, da importância das datas em que se deve administrar o mesmo ( 45 dias) e a importância de fortalecer o sistema hepático, para que tudo corra da melhor forma para as aves. Outra situação importante é a da escolha do corante, bem como das doses recomendadas.

Desejo boa sorte a todos os criadores nesta etapa.

 
 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Quase quase no final, entra agora a fase decisiva das criações.

Boa tarde a todos.
Este ano, como sabem atrasei o inicio das criações em cerca de 1 mês, pelo que somente agora, a maioria das minhas aves iniciou ou está para iniciar a terceira e última postura do ano.
Entro portanto agora numa fase muito decisiva das criações 2013, visto que, com o tempo a escassear, qualquer erro ou relaxamento da minha parte, pode deitar a perder algumas aves, o que espero não acontecer.
A criação até ao momento corre um pouco abaixo das expetativas, mas como ainda falta a última postura, as coisas ainda se podem equilibrar. Por esta altura no ano passado já estava mesmo a terminar as criações e já podia fazer um balanço mas concreto, situação que até ao momento, não poderei fazer, esperemos, mais 1 mês e logo se fazem as contas finais.
O ano tem sido trabalhoso, até de mais, a falta de tempo que já sabia que iria ter, fez-me optar por um plano alimentar diferente dos anos transatos e não me estou a dar mal, pelo menos assim me parece, veremos depois os resultados mais concretos e se não notar diferença para os outros anos, vou manter este método de alimentação, para futuros anos, mas posso dizer que mesmo assim, ando completamente estourado, espero que todo este trabalho se reflita com algumas alegrias no futuro.
Continuo satisfeito com o porte da maioria das aves, foram introduzidas aves com características que não possuía no canaril e talvez tenha hipótese de em mais um ano de crescimento como criador, poder mostrar aos amigos que afinal o meu trabalho deu frutos.
Quanto a exposições, este ano não estou muito preocupado, pois durante o Nacional do ano passado, as mesmas ficaram delineadas para o ano 2013, no entanto mesmo não participando em algumas, estarei presente como visitante, nem que seja para rever amigos e visualizar estas bonitas aves, que estarão presentes nos mais diversos concursos.
Até breve amigos.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Assim vai a criação 2013.

Boa tarde a todos, venho hoje fazer um breve resumo da criação 2013.
Como todos sabem a maioria dos casais que possuo, são da raça arlequim Português. Possuo ainda alguns Hoso japonês, nas talvez para o ano e isto tenho que ponderar muito bem, talvez já não façam parte do plantel, visto que o arlequim tem a particularidade de ir a pouco e pouco eliminando as outras raças do canaril, isto por ser uma raça magnifica e que desperta muita paixão.
Bem, falando do que me propus, este ano as criações estão comparáveis ao tempo, uns dias melhores outros piores, mas vamos indo tentando chegar aos objetivos pretendidos para esta temporada.
Este ano, comecei as criações mais tarde, cerca de um mês, pelo que somente agora tenho casais a entrar na segunda postura, esperando portanto que tudo corra pelo melhor, para não deixar avançar as criações por meses de maior calor.
Em relação às aves nascidas, nem muitas nem poucas, uma percentagem no entanto abaixo de outros anos, mas embora ainda cedo para avaliações mais concretas, estou bastante satisfeito com pormenores que as aves este ano apresentam, pelo que tudo  me leva a crer que a minha aposta está a ser a correta, resta agora conseguir conjugar os tais promenores, o porte e a cor e tentar almejar o tão ansiado campeão, não sendo esta um ciência exata.
Bem a ver vamos se tudo corre pelo melhor, sendo que começo já a ver algumas aves de que dificilmente me irei desfazer, tudo me leva a crer que no próximo ano a escolha de reprodutores, vai ser bastante dificil....
Boas criações a todos.

domingo, 3 de março de 2013

Germinado, o super alimento.

O que são os germinados?

As sementes germinadas - ou os germinados - são um super alimento para a nossa saúde. A germinação pode ser feita em qualquer cozinha, bastando juntar água e calor ambiente para se obter o resultado pretendido. Alguns minutos por dia para cuidar das sementes são o suficiente.

O que têm os germinados de especial?

As sementes germinadas têm um elevado valor energético e tónico. O seu incomparável valor biológico recomenda a sua utilização regular por todos, devendo ser consumidas de preferencia ao almoço, ao natural, em saladas, em sopas, acompanhando legumes ou em sanduíches...

O mais elevado ponto de vitalidade no ciclo de vida de uma planta ocorre quando esta é um rebento, daí os seus benefícios nutricionais.

Ao germinar, alguns nutrientes dos cereais e das leguminosas multiplicam-se. É o caso da vitamina C, que é praticamente inexistente no grão de trigo, mas que, uma vez germinado, aumenta seiscentos por cento o seu teor. O processo de germinação torna os nutrientes mais digeríveis, pelo que os rebentos causam menos gases do que os grãos que lhe deram origem. Os rebentos são pobres em calorias, mas contêm quantidades apreciáveis de vitaminas A e C, vitaminas do complexo B, vitamina E, algum ferro e enzimas e proteínas.

Podem ser germinadas sementes de alfafa, trigo, feijão de soja, feijão mung, lentilhas, entre muitos outros cereais, leguminosas e sementes.
Particulares qualidades

O consumo das sementes germinadas é particularmente apropriado em situações de doença por carências (raquitismo, escorbuto, anemia) ou por degenerescência (senilidade, debilidade, instabilidade nervosa), em caso de problemas alérgicos (asma, dermatoses) e digestivos, no emagrecimento extremo, na esterilidade, na impotência, na gravidez, em situações de cancro e na convalescência de operações.


Podes obter os seus rebentos fazendo uma germinação caseira: escolhe as sementes ou feijões, removendo todos os que estejam danificados. Demolha-os em bastante água morna, durante a noite (cerca de 12 horas). Escorre bem a água e mete-os num frasco de boca larga ou num pirex, tapando com um algodão ou outro material poroso. Guarda o frasco num local escuro e quente (temperatura ambiente), mas não exposto directamente ao sol. Duas vezes por dia passa as sementes por água fresca, e escorre ou retira o excesso de água. As sementes de cereais rebentam em 2 a 3 dias, os feijões e as lentilhas demoram 5 a 6 dias a germinar. Nessa altura podem ser colhidos.

Podes conservá-los no frigorífico durante 4 dias, depois de lavados.
O processo de germinação é fácil:

Muitos de nós já germinaram grãos, porque este processo fazia parte do programa das aulas de biologia do liceu. O processo é fácil, requerendo apenas grãos de boa qualidade, um germinador e algum tempo. Para uma boa germinação, basta seguir os seguintes passos:

1. Colocar uma quantidade de grãos num recipiente não furado (taça, prato fundo) e colocar água, preferencialmente de fonte ou mineral.

2. Deixar demolhar durante uma noite

3. Na manhã seguinte escorrer a água dos grãos

4. Enxaguá-los com água corrente e escorrê-los

5. Colocá-los no germinador e colocar num local à sombra ou num armário com luz, arejado e não muito frio, que utilize frequentemente (para não esquecer o germinador). Duas vezes por dia deve passar os grãos por água corrente e deixá-los escorrer no germinador. Voltar depois a colocar no local de germinação.

6. Ao fim de 3-4 dias os germes serão já bem visíveis. Neste momento já podem ser utilizados, mas se esperar 6 ou 7 dias tornar-se-ão rebentos bastante maiores e mais enriquecidos.


Os resultados da germinação de grãos

Grãos suculentos, apetitosos, nutritivos e vivos, com elevados teores de vitaminas e minerais, capazes de suprir eventuais défices alimentares e tornar a alimentação num auxílio importante para a saúde e o bem-estar.


Grãos germinados - Alimentos vivos

Os grãos germinados são considerados alimentos bioactivos (activam a vida) e constituem praticamente os únicos alimentos que chegam aos nossos pratos com o seu potencial vital totalmente inalterado e, mesmo aumentado exponencialmente. Um grão, depois de germinado pode ver multiplicado o seu teor de minerais ou vitaminas em cerca de 20 vezes, o que possibilita a realização de uma alimentação muito mais rica e completa. De salientar também que os grãos germinados constituem uma das raras fontes vegetais de vitamina B12, o que assume uma importância crucial se pensarmos nos regimes alimentares vegetarianos.

Os grãos germinados possuem propriedades importantíssimas como facilitar as reacções metabólicas e a regeneração celular, bem como a estimulação e aumento das defesas imunitárias do organismo.


Grãos germinados elevam seu valor nutritivo.
Quando um grão germina, ele eleva seu valor nutritivo, multiplicando vitaminas e enzimas. Há um grande aumento também no teor de minerais como cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio, enxofre, dentre outros. O trigo por exemplo germinado por exemplo contém 7 vezes mais vitaminas do complexo B que a própria farinha de trigo.

O grão germinado torna-se assim um poderoso alimento nutritivo. Quanto mais dias estiver germinando, mais seu valor nutritivo se potencializa.

"Nos grãos germinados todo o imenso potencial nutritivo está desenvolvido ao máximo, havendo liberação de energia, bem como de uma série de enzimas e de catalisadores que facilitam a absorção dos principais nutrientes do grão pelo organismo."